"Olinda,
Tens a paz dos mosteiros da Índia
Tu és linda pra mim és ainda
Minha mulher"
Assim canta Alceu Valença, o mais olindense entre os forasteiros que se quedaram de paixão por minha cidade irresistível...
Minha Olinda, das diversas ladeiras que sobem e descem as 7 colinas da Marim dos Caetés completa aniversário hoje... São 472 anos de história... 472 anos de resistência... 472 anos de beleza...
Olinda de Duarte Coelho, da Praieira, da Confederação do Equador... Olinda de negros e índios anônimos que expulsaram os holandeses numa Insurreição que nem era sua... Olinda do primeiro grito de república... Olinda dos maracatus e afoxés... do carnaval... do coco de roda e da ciranda...
Olinda das procissões que enfeitam suas igrejas barrocas... do Cristo no andor, caindo defronte de cada nincho...
Olinda do forró pé-de-serra... das fogueiras juninas... das quadrilhas matutas...
Olinda dos pastoris... das luzes natalinas... das cantatas iluminadas...
Olinda das serenatas... Olinda de todas as épocas...
Minha Olinda hoje faz aniversário!!!
Olinda das contradições... A cidade que foi berço das mais célebres revoluções e brados de liberdade, nos seus 472 anos ainda anseia por um dirigente que a trate com o respeito que merece... Sem os desmandos, fisiologismos e nepotismos recorrentes desde sua fundação até os dias atuais...
Olinda que, ainda assim, é nossa e se traduz perfeitamente nos versos de Carlos Pena Filho:
"Olinda é só para os olhos,
não se apalpa, é só desejo.
Ninguém diz: é lá que eu moro.
Diz somente: é lá que eu vejo."
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