Wednesday, July 18, 2012

LIBERA, QUE EU QUERO VER...

Liberar ou não liberar a comercialização de drogas no Brasil? Gente, não conheço tema mais polêmico. Medo danado que a “gente de bem” tem que liberando todos cedam à tentação e se afundem no crack.

Eu, cá do meu lado, recentemente, me decidi a favor da causa. Por que? Vou explicar. Analisando rasamente a estrutura burocrática, corruptiva e corruptora brasileira, comecei a entender que os traficantes, esses sim, são os maiores defensores da não liberação das drogas. Por que? Vou explicar também...

Sigam o meu raciocínio. Com o tráfico, os caras mandam e desmandam, ganham rios de deinheiro e não pagam imposto a ninguém. Se a produção e comercialização fossem liberadas, a primeira coisa que aconteceria seria o governo entrar na jogada: “Bora, meu filho, agora vai ter que registrar sua empresa.” Traficante teria CNPJ, pagaria IPI e ICMS e passaria a ser chamado de ‘Produtor e comerciante de drogas recreativas’. Sem falar que o saquinho de coca iria ganhar rótulo com a advertência do Ministério da Saúde dizendo assim: “o Ministério da Saúde adverte: a inalação deste produto lhe deixa fora do páreo sexual da balada...”

Pior, essa histó´ria de avião acabaria... Atravessador teria carteira assinada, com direito a férias, 13° salário e FGTS. E seriam sindicalizados, óbvio... E fariam greve, para lutar por seus direitos!!!

Claro que os preços subiriam. Cola e crack já não estariam tão acessíveis às classes menos privilegiadas. Ah, como os impostos encarecem nossas mais inocentes fontes de prazer...

E o aborrecimento que a Receita Federal traria, exigindo TEF nos pontos de venda? Sei não... Uma dor de cabeça!!! Sem falar no danado d IPRJ todo ano e a abocanhada do leão. Ah, sim, também tem o lance da vigilância sanitária. A matéria-prima teria que seguir determinadas especificações e, é óbvio, o empresário, ex-traficante, teria que montar um SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) em sua Empresa. Já pensou, usuário indgnado liga para o 0800 da empresa SONHOS IRREAIS COM. DE DROGAS RECREATIVAS LTDA e reclama com a atendente: “Minha irmã, doida, esse bagulho num tava bom não, já cherei umas 30g e nada de instigar... Tá misturado... Ou devolve o meu dinheiro ou vou pro PROCON...”

E a quantidade de mulheres, ligando pra reclamar do quanto têm engordado devido à larica causada pela maconha, seria impagável... Os Vigilantes do Peso decretariam a maconha inimiga número um de quem quer perder peso através da reeducação alimentar!!

O mais interessante seria a enorme quantidade de Micro Empreendedores Individuais que apareceriam em Olinda... Com CNPJ na mão, noiado teria status de empresário e passaria a aceitar cartão de crédito em suas negociações tão recentemente lícitas... Sei de gente que se sentiria muito importante!!!

Ah... Libera, vai!!!

Sunday, April 22, 2012

Empurre a vaca do barranco...

Anos atrás eu recebi um email com um texto motivacional que contava a história de um monge budista e seu discípulo que, passando por um vilarejo encontraram guarida na casa de uma família muito pobre. Todo o sustento dessa família vinha de uma velha vaca leiteira. Parte do leite era consumida, a outra parte comercializada. Se não fosse aquela vaquinha a família morreria de fome. O monge e seu discípulo beberam o leite oferecido e dormiram num quartinho que lhes foi destinado... No dia seguinte deixaram a casa muito cedo, bem antes da família se acordar. Ao passar pela vaca o Mestre mandou que o discípulo empurrasse a bichinha do barranco. Com grande pesar e sem concordar com a atitude do Mestre o rapaz obedeceu. No entanto sua consciência não o deixou em paz por anos e, logo após a morte do seu Mestre, decidiu retornar ao vilarejo e consertar o malfeito. Qual não foi sua surpresa ao encontrar uma mansão no lugar do antigo casebre e saber que a morte da vaca obrigou a família pobre a buscar alternativas, o que acabou por torná-los ricos comerciantes...

Eu cheguei a utilizar esse conto numa capacitação que dei a professoras da Educação Infantil... Só nunca pensei que um dia esse texto faria tanto sentido na minha vida...

A gente nem se dá conta, mas vivemos todos amarrados a certas vaquinhas... É a velha e boa zona de conforto. Nos acomodamos com o habitual e paramos de querer mais, de buscar mais...

Nos apegamos a dores passadas com medo de correr o risco de encarar novas dores e aí perdemos maravilhosos momentos de felicidade... Nos entregamos ao conforto do emprego mediano, mas certo, com medo de nos arriscar em saltos mais altos e deixamos de desenvolver por completo nosso potencial... Nos afogamos em uma relação conflituosa e fracassada por medo de ficar sozinhos e perdemos a chance de encontrar um novo amor, verdadeiro, por inteiro....Nós nos agarramos à nossa zona de conforto como se esta fosse uma âncora, atracada ao cais do porto e perdemos, sem sequer nos darmos conta, toda beleza e emoção do mar aberto...

E dia desses, aproveitando a correnteza, eu me soltei do cais, puxei minha âncora e decidi enfrentar o mar bravio... Saí do lugar comum, larguei a comodidade daquilo que era seguro sem ser satisfatório e me permiti sonhar novos sonhos... Empurrei minha vaquinha do barranco e mudei o rumo de minha caminhada...

Foi muito difícil, não vou mentir... Foi doloroso demais... sacrificante demais... no percurso, por vezes, tive vontade de desistir e voltar atrás... Não fosse a imensa fé que tenho em mim mesma e o apoio daqueles que amo eu, realmente, não teria conseguido... Mas, definitivamente, se eu não tivesse dado o primeiro passo ainda estaria lá, naquele cais cinza, frustrada e insatisfeita, me transformando numa pessoa infeliz...

O caso é que acabei chegando onde queria chegar e, se houve ônus - e eu paguei pela minha escolha com sangue e lágrimas - há agora o bônus... Sim, me sinto feliz e realizada... Olho pra trás, pros momentos mais difíceis, pras lágrimas de impaciência de desesperança, pros momentos de fraqueza, de vontade de desistir e voltar atrás e digo: VALEU A PENA TER PERSERVERADO!!!

Ainda não cheguei aonde chegarei em breve... o caminho é longo e a caminhada apenas começou... Mas já consolidei minha primeira vitória... Uma vitória grande e feliz, que me deixa na boca um gosto bom de trabalho cumprido, meta alcançada... E essa é uma sensação que se expande pra todos os âmbitos de minha vida... Ganhei, consequentemente, um humor menos oscilante, um coração tranquilo, uma paciência que nunca tive e essa felicidade que me guia mesmo nos momentos de tristeza...

É a satisfação de saber que você é capaz, que segura o leme do navio da vida, que escolhe seu caminho por vontade e não se deixa simplesmente levar pela vida...

É uma sensação que só conhecerão aqueles que tiverem força e fé suficientes pra empurrar a vaquinha do barranco e buscar outras oportuidades... É estar viva... e não se negar à vida...

Sim, eu estou feliz!!!

P.S.
Dedico esse post e minha felicidade aos amores de minha vida, que me apoiaram a cada passo... e continuam me apoiando e cada pequena conquista: meu filho lindo, Lion Vitor; minha irmã maravilhosa, Martha Neto e meu cunhado querido, Júnior... Obrigada a vocês pelo amor e apoio... Amo os três!!!

Saturday, March 31, 2012

About pets...

Eu sempre gostei muito de bicho... E, nesse reino, os cachorros eram os meus preferidos... A intensidade e a carência extrema dos caninos despertavam em mim um interesse completamente egoísta: supriam a minha eterna necessidade de afeto. O execesso de lambidas e chamego do qual só os cães são capazes me compraziam por demais.

Era uma época em que minha auto-estima ainda não era muito sólida e a opinião dos outros sobre mim valia mais do que a minha própria. Daí que a atenção sem medidas do meu bichinho de estimação vinha bem a calhar nos meus momentos de melancolia e insegurança.

Nada melhor do que ser recebida por Mike, com aquele olhar ávido por sua dona, ao voltar pra casa depois da escola, me sentindo a adolescente mais feiosa e desajeitada da sala... Ou o abanar de rabo de Susie, correndo pro meu colo, enquanto eu chorava porque o cara que eu gostava tava namorando com outra... Ou o companheirismo de Mel, que me seguia pra todo lado, naquela época em que eu buscava nos outros aprovação pra ser eu mesma, mesmo sem saber ainda quem eu era...

Era uma época difícil... De muitos dramas e lágrimas... De muitos erros e de muita insegurança... E a intensidade e a carência extrema e o excesso de lambidas e atenção dos caninos foram o meu consolo nessa caminhada....

O fato é que essa fase toda passou... A opinião dos outros pouco me importa... Aprendi que a melhor companhia pra mim sou eu mesma... E se o cara que eu gosto não gosta de mim, eu deixo ele de lado e vou procurar outro alguém, por quem valha a pena me interessar... Já não sou tão carente, nem tão insegura... Descobri quem sou e qual caminho quero seguir... Gosto de gente, gosto muito de gente... Gosto de ter meus amigos por perto e, sem sombra de dúvidas, gosto de ter meu coração ocupado, é bom demais ter alguém pra amar... Mas já não preciso de atenção 24 h e passo muito bem sozinha...

Não, não passei a detestar os cães, mas realmente, hoje em dia, a carência de Lola (minha cadelinha) meio que me enche o saco... Todo afago do mundo não é suficiente pra ela e eu não gosto de gente nem de bicho grudento... Hoje eu preciso de E-S-P-A-Ç-O. Os cães não entendem esse conceito... Os gatos, sim...

Daí que hoje em dia tenho me sentido extremamente atraída pelos felinos... Sua independência e altivez me agradam muito. Dodó (meu gatinho) é completmente apaixonado por mim... Mas não precisa de afago e colo 24 h por dia... Quando ele quer carinho sobe no meu colo e senta quietinho... Ronrona um pouco enquanto eu o afago e depois vai embora, sem incomodar ninguém... Senta-se num canto e com o olhar contemplativo mergulha nele mesmo, como se o resto do mundo não existisse... Ele se basta... Assim como eu basto a mim mesma...

Pois é, acabei aprendendo a gostar mais de gatos...