Como todo mundo, eu também tenho minhas estranhices... Até escrevi um post sobre isso uns dois anos atrás...
O negócio é o seguinte: eu sou mulher, heterosexual e até um pouco feminina... mas eu fui criada pra ser homem. Sim pessoas, meu avô (que me criou) não me ensinou a ser mulherzinha. Ele queria uma neta forte, inteligente e independente e foi nisso que ele focou e esqueceu de passar pra mim as manhas do "ser mulher"...
O resultado? Eu sou ESTRANHA!!!
Como assim? Vou enumerar:
1- Não tenho a menor paciência pra comprar sapato. Quando preciso fazer isso, vou na sapataria, escolho um ou dois modelos que me agradam e que não sejam muito caros (porque eu detesto "pisar" no meu suado dinheiro). Dos modelos escolhidos, eu levo dois ou três pares, de cores diferentes, daquele que calçar mais confortavelmente! O que eu gosto mesmo é de andar descalça. E, invariavelmente eu tiro os sapatos nomeio de qualquer festa!!!
2- Não suporto bolsa!! Por mim levava tudo nos bolsos. Quando saio de calça não há problema, mas meus vestidos não têm bolsos, aí já viu, né?
3- Quer me agradar? Me dê livros de presente... Não me presenteei com flores... Eu ainda não compreendi o que se faz com elas depois de recebê-las... Come-se? Veste-se? Não há utilidade prática para um buquê de flores... E como objeto de decoração, elas são trabalhosas demais (tem que ficar trocando a água) e após alguns dias murcham pura e simplesmente... Receber flores é muito sem graça...
4- Detesto me maquiar... Nem sei fazer isso direito, pra falar a verdade! Maquiagem pra mim é batom e lápis... só e mais nada! Além do trablaho que dá, essas porras estragam a pele, pô... E eu não tenho o mínimo saco pra passar demaquilante no rosto quando chego da balada... Tô fora!!
5- Jóias não me encantam... Gosto mesmo é de balagandãs coloridos pra pendurar nas orelhas e no pescoço... Sem falar que não uso anéis por nada nesse mundo!!! DETESTO!!! E como eu sou desleixada e vivo perdendo meus brincos e colares, eles devem sem bem baratinhos pra que eu não precise nunca me preocupar com eles, saca?
6- ODEIO a Hello Kitty... Tem coisa mais ridícula do que aquela boneca sem graça? Afe...
Tá, tudo bem, sou estranha... Mas eu sou bem normal, viu? E tenho lá minhas coisas de mulherzinha: sou romântica, dengosa, ADORO cor-de-rosa, gosto de andar de mãos-dadas, de sentar no colo...
Tá vendo? Nem tudo está perdido... hehehehehe
Monday, March 19, 2007
Wednesday, March 14, 2007
Surdez seletiva...
Sim, eu sou surda... Não nasci assim não, sabe? Fiquei surda depois de adulta... Mais exatamente lá por volta dos 20 e poucos anos...
Ah, mas não me entendam mal... Eu não sou surda de fato... Na verdade, escuto muito bem... Mas só escuto o que quero... Para o que não me interessa... para o que não me acrescenta... sou completamente surda!!!!
Tudo começou quando eu percebi que todos os meus fracassos se deviam ao fato de que eu escutava as palavras erradas, os estímulos errados, e acreditava neles...
Eu estabelecia uma meta e as pessoas ao redor começavam a dizer que não daria certo... e não dava!!! Eu ia numa entrevista de emprego e me diziam, "Ah, sem chance" e eu era reprovada... Qualquer coisa que fizesse, qualquer passo que decidisse dar, havia sempre alguém por perto pra dizer: não vai dar certo!!! E eu escutava as palavras dessas pessoas... E elas sempre tinham razão...
Mas foi um estímulo negativo em especial que me fez, um dia, entender esse processo...
Eu tinha 9 anos de idade, e escutei uma tia conversando com minha mãe, e elas comentavam o seguinte:
- Tadinha da Baby, né? A irmã é tão bonita e ela tão feinha, bichinha... Pelo menos é inteligente!!!
Pronto... Me fiz feia por toda a adolescência... Foi uma fase terrível pra mim... Eu era a garota mais ligada, mais inteligente da turma... A amigona, que dava conselho e ajudava toda a galera em tempos de provas... mas eu não tinha namorado, porque eu era muito feia... Pessoas, acreditem, eu me vestia de feia e ficava feia mesmo, viu? Foi preciso um amigo muito próximo e muito querido se apaixonar por mim e eu por ele, pra isso mudar... Sim, porque ele enxergava por debaixo de toda a minha superprodução de "Baby, a feia" e me achava linda... E aí eu passei a me arrumar e me vestir de bonita... e fiquei bonita!!! Foi a coisa mais estranha que já vivenciei em toda a minha vida... As mesmas pessoas que sempre me acharam feias, de repente espantadas, "pôxa Baby, como você mudou!!!"... E só o que havia mudado era o estímulo que eu estava recebendo... O resto continuava igual...
Levei alguns anos até perceber, de fato, o que havia ocorrido... E entendi que a palavra é uma arma que pode ser usada para o bem ou para o mal... Mas é uma arma muito estranha, porque ela só lhe atinge se você permitir... Percebi que a gente costuma absorver as coisas que as pessoas falam sobre nós e transformá-las em realidade... Principalmente se a pessoa que fala nos é cara!!! E percebi também que as pessoas são irresponsáveis, muito irresponsáveis com suas palavras!!!!
Foi quando decidi ficar surda!!!
Então, hoje escuto apenas o que quero... Para o que não me interessa... para o que não me acrescenta... sou completamente surda!!!!
Ah, mas não me entendam mal... Eu não sou surda de fato... Na verdade, escuto muito bem... Mas só escuto o que quero... Para o que não me interessa... para o que não me acrescenta... sou completamente surda!!!!
Tudo começou quando eu percebi que todos os meus fracassos se deviam ao fato de que eu escutava as palavras erradas, os estímulos errados, e acreditava neles...
Eu estabelecia uma meta e as pessoas ao redor começavam a dizer que não daria certo... e não dava!!! Eu ia numa entrevista de emprego e me diziam, "Ah, sem chance" e eu era reprovada... Qualquer coisa que fizesse, qualquer passo que decidisse dar, havia sempre alguém por perto pra dizer: não vai dar certo!!! E eu escutava as palavras dessas pessoas... E elas sempre tinham razão...
Mas foi um estímulo negativo em especial que me fez, um dia, entender esse processo...
Eu tinha 9 anos de idade, e escutei uma tia conversando com minha mãe, e elas comentavam o seguinte:
- Tadinha da Baby, né? A irmã é tão bonita e ela tão feinha, bichinha... Pelo menos é inteligente!!!
Pronto... Me fiz feia por toda a adolescência... Foi uma fase terrível pra mim... Eu era a garota mais ligada, mais inteligente da turma... A amigona, que dava conselho e ajudava toda a galera em tempos de provas... mas eu não tinha namorado, porque eu era muito feia... Pessoas, acreditem, eu me vestia de feia e ficava feia mesmo, viu? Foi preciso um amigo muito próximo e muito querido se apaixonar por mim e eu por ele, pra isso mudar... Sim, porque ele enxergava por debaixo de toda a minha superprodução de "Baby, a feia" e me achava linda... E aí eu passei a me arrumar e me vestir de bonita... e fiquei bonita!!! Foi a coisa mais estranha que já vivenciei em toda a minha vida... As mesmas pessoas que sempre me acharam feias, de repente espantadas, "pôxa Baby, como você mudou!!!"... E só o que havia mudado era o estímulo que eu estava recebendo... O resto continuava igual...
Levei alguns anos até perceber, de fato, o que havia ocorrido... E entendi que a palavra é uma arma que pode ser usada para o bem ou para o mal... Mas é uma arma muito estranha, porque ela só lhe atinge se você permitir... Percebi que a gente costuma absorver as coisas que as pessoas falam sobre nós e transformá-las em realidade... Principalmente se a pessoa que fala nos é cara!!! E percebi também que as pessoas são irresponsáveis, muito irresponsáveis com suas palavras!!!!
Foi quando decidi ficar surda!!!
Então, hoje escuto apenas o que quero... Para o que não me interessa... para o que não me acrescenta... sou completamente surda!!!!
Monday, March 12, 2007
Feliz aniversário, terra linda!!!
"Olinda,
Tens a paz dos mosteiros da Índia
Tu és linda pra mim és ainda
Minha mulher"
Assim canta Alceu Valença, o mais olindense entre os forasteiros que se quedaram de paixão por minha cidade irresistível...
Minha Olinda, das diversas ladeiras que sobem e descem as 7 colinas da Marim dos Caetés completa aniversário hoje... São 472 anos de história... 472 anos de resistência... 472 anos de beleza...
Olinda de Duarte Coelho, da Praieira, da Confederação do Equador... Olinda de negros e índios anônimos que expulsaram os holandeses numa Insurreição que nem era sua... Olinda do primeiro grito de república... Olinda dos maracatus e afoxés... do carnaval... do coco de roda e da ciranda...
Olinda das procissões que enfeitam suas igrejas barrocas... do Cristo no andor, caindo defronte de cada nincho...
Olinda do forró pé-de-serra... das fogueiras juninas... das quadrilhas matutas...
Olinda dos pastoris... das luzes natalinas... das cantatas iluminadas...
Olinda das serenatas... Olinda de todas as épocas...
Minha Olinda hoje faz aniversário!!!
Olinda das contradições... A cidade que foi berço das mais célebres revoluções e brados de liberdade, nos seus 472 anos ainda anseia por um dirigente que a trate com o respeito que merece... Sem os desmandos, fisiologismos e nepotismos recorrentes desde sua fundação até os dias atuais...
Olinda que, ainda assim, é nossa e se traduz perfeitamente nos versos de Carlos Pena Filho:
"Olinda é só para os olhos,
não se apalpa, é só desejo.
Ninguém diz: é lá que eu moro.
Diz somente: é lá que eu vejo."
Tens a paz dos mosteiros da Índia
Tu és linda pra mim és ainda
Minha mulher"
Assim canta Alceu Valença, o mais olindense entre os forasteiros que se quedaram de paixão por minha cidade irresistível...
Minha Olinda, das diversas ladeiras que sobem e descem as 7 colinas da Marim dos Caetés completa aniversário hoje... São 472 anos de história... 472 anos de resistência... 472 anos de beleza...
Olinda de Duarte Coelho, da Praieira, da Confederação do Equador... Olinda de negros e índios anônimos que expulsaram os holandeses numa Insurreição que nem era sua... Olinda do primeiro grito de república... Olinda dos maracatus e afoxés... do carnaval... do coco de roda e da ciranda...
Olinda das procissões que enfeitam suas igrejas barrocas... do Cristo no andor, caindo defronte de cada nincho...
Olinda do forró pé-de-serra... das fogueiras juninas... das quadrilhas matutas...
Olinda dos pastoris... das luzes natalinas... das cantatas iluminadas...
Olinda das serenatas... Olinda de todas as épocas...
Minha Olinda hoje faz aniversário!!!
Olinda das contradições... A cidade que foi berço das mais célebres revoluções e brados de liberdade, nos seus 472 anos ainda anseia por um dirigente que a trate com o respeito que merece... Sem os desmandos, fisiologismos e nepotismos recorrentes desde sua fundação até os dias atuais...
Olinda que, ainda assim, é nossa e se traduz perfeitamente nos versos de Carlos Pena Filho:
"Olinda é só para os olhos,
não se apalpa, é só desejo.
Ninguém diz: é lá que eu moro.
Diz somente: é lá que eu vejo."
Friday, March 2, 2007
Dos papéis de cada um...
Ontem, enquanto tomávamos cerveja, conversamos sobre essa coisa do machismo que assola o Brasil (principlmente meu lindo Nordeste) e os rumos do movimento feminista por aqui...
Pra mim as pessoas estão ficando loucas... Tenho algumas amigas feministas... tenho alguns amigos machistas... Também tenho amigos feministas e amigas machistas... tsc tsc... Eu, particularmente, venho me sentindo cansada desses ismos... Já é tão difícil ser você mesmo, que não dá pra ficar perdendo tempo com causas vãs... Lutar por direitos de cidadão é um dever de cada um, e essa luta não cabe dentro de um ismo limitador... É uma luta cotidiana e conjunta, que abarca mulheres, homens, pretos, brancos, cristãos, umbandistas, judeus... Enfim, seres viventes!!!
E, embora o feminismo tenha nascido na intenção de defender os direitos da mulher (esse era o tema central da conversa ontem), na minha opinião, várias vertentes dele estão perdendo o foco!!! Vejo minhas amigas tentando reverter papéis... Ah, pera lá... Apesar de termos os mesmos direitos, mulher é mulher, homem é homem... E essa diferença é que faz com as coisas sejam interessantes numa relação entre sexos opostos!!! O que eu sinto, cada vez mais forte, é que certas feministas não querem apenas os mesmos direitos que os homens, elas querem o FALO!!! Sim, Freud explica... Daí a tese da inveja fálica feminina: se eu não tenho um pênis, não serei tão poderosa quanto eles... Aí você vê surgir uma quantidade imensa de mulheres freaks... e frígidas!!! Pelamor...
Eu já vi amiga minha brigar com o cara porque ele abriu a porta do carro pra ela:
- Tá pensando que eu sou aleijada? Eu sou mulher, mas posso abrir a porta pra mim mesma!!!
Que é isso, companheira?
Eu sou careta... E levei muitos anos da miha vida pra descobrir que não é ruim ser o que sou... E acho que certas obrigações femininas ou masculinas, têm mais é que escorrer pelo ralo... Sim, porque mudou a conjuntura social, então tem que mudar todo o resto, percebe? Mas, certos papéis, embora possam ser revistos, são necessários... Eu, por exemplo, embora seja independente e, na medida do possível, senhora de mim, sou extremamente mulherzinha e romântica...
Adoro homem cavalheiro, que puxa a cadeira pra gente sentar, que abre porta de carro, que trás presentinho (até porque eu adoro dar presentinhos também), que chama pra jantarzinho especial e não deixa dividir a conta, que fala coisas doces e bonitas... Por outro lado, adoro paparicar meu homem... Fazer comidinha, preparar o café da manhã pra comermos juntos (embora também adore acordar e ver que ele fez isso antes de mim), ir num almoço na casa de alguém e fazer o prato dele, cuidar, como quem cuida de uma criança (sim, porque os homens são crianças que cresceram por fora)... E acho que isso tudo, se não é obrigação, dá muito prazer e alimenta a côrte... E cortejar, e ser cortejada, é muito bom...
Agora, se as feministas continuam com essa viagem de reverter o papel feminimo, cobrando que nós mulheres nos tornemos homens, ah, namorar vai ficar muito sem graça, sabe?
Por isso eu tô fora... Prefiro ser simplesmente FEMININA!!!
Pra mim as pessoas estão ficando loucas... Tenho algumas amigas feministas... tenho alguns amigos machistas... Também tenho amigos feministas e amigas machistas... tsc tsc... Eu, particularmente, venho me sentindo cansada desses ismos... Já é tão difícil ser você mesmo, que não dá pra ficar perdendo tempo com causas vãs... Lutar por direitos de cidadão é um dever de cada um, e essa luta não cabe dentro de um ismo limitador... É uma luta cotidiana e conjunta, que abarca mulheres, homens, pretos, brancos, cristãos, umbandistas, judeus... Enfim, seres viventes!!!
E, embora o feminismo tenha nascido na intenção de defender os direitos da mulher (esse era o tema central da conversa ontem), na minha opinião, várias vertentes dele estão perdendo o foco!!! Vejo minhas amigas tentando reverter papéis... Ah, pera lá... Apesar de termos os mesmos direitos, mulher é mulher, homem é homem... E essa diferença é que faz com as coisas sejam interessantes numa relação entre sexos opostos!!! O que eu sinto, cada vez mais forte, é que certas feministas não querem apenas os mesmos direitos que os homens, elas querem o FALO!!! Sim, Freud explica... Daí a tese da inveja fálica feminina: se eu não tenho um pênis, não serei tão poderosa quanto eles... Aí você vê surgir uma quantidade imensa de mulheres freaks... e frígidas!!! Pelamor...
Eu já vi amiga minha brigar com o cara porque ele abriu a porta do carro pra ela:
- Tá pensando que eu sou aleijada? Eu sou mulher, mas posso abrir a porta pra mim mesma!!!
Que é isso, companheira?
Eu sou careta... E levei muitos anos da miha vida pra descobrir que não é ruim ser o que sou... E acho que certas obrigações femininas ou masculinas, têm mais é que escorrer pelo ralo... Sim, porque mudou a conjuntura social, então tem que mudar todo o resto, percebe? Mas, certos papéis, embora possam ser revistos, são necessários... Eu, por exemplo, embora seja independente e, na medida do possível, senhora de mim, sou extremamente mulherzinha e romântica...
Adoro homem cavalheiro, que puxa a cadeira pra gente sentar, que abre porta de carro, que trás presentinho (até porque eu adoro dar presentinhos também), que chama pra jantarzinho especial e não deixa dividir a conta, que fala coisas doces e bonitas... Por outro lado, adoro paparicar meu homem... Fazer comidinha, preparar o café da manhã pra comermos juntos (embora também adore acordar e ver que ele fez isso antes de mim), ir num almoço na casa de alguém e fazer o prato dele, cuidar, como quem cuida de uma criança (sim, porque os homens são crianças que cresceram por fora)... E acho que isso tudo, se não é obrigação, dá muito prazer e alimenta a côrte... E cortejar, e ser cortejada, é muito bom...
Agora, se as feministas continuam com essa viagem de reverter o papel feminimo, cobrando que nós mulheres nos tornemos homens, ah, namorar vai ficar muito sem graça, sabe?
Por isso eu tô fora... Prefiro ser simplesmente FEMININA!!!
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