Sunday, January 28, 2007

Garcia Marques, meu amor...

"Desde então comecei a medir a vida não pelos anos, mas pelas décadas. A dos cinquenta havia sido decisiva porque tomei consciência de que quase todo mundo era mais moço que eu. A dos sessenta foi a mais intensa pela suspeita de que já não me sobrava tempo para me enganar. A dos setenta foi temível por uma certa possibilidade de que fosse a última. Ainda assim, quando despertei vivo na primeira manhã de meus noventas anos na cama feliz de Delgadina, me atravessou a idéia complacente de que a vida não fosse algo que transcorre como o rio revolto de Heráclito, mas uma ocasião única de dar a volta na grelha e continuar assando-se do outro lado por noventa anos a mais." (p. 119-120)

Garcia Marques acaba de decretar a sentença: não adianta querer fugir do amor, um dia ele encontra você...

Puta que o pariu, que livro do caralho... Memórias de minhas putas tristes! É fininho... você lê de um só fôlego (diferente dos clássicos Cem Anos de Solidão e O Amor nos Tempos do Cólera), mas é perfeito... São as memórias de um homem que fugiu do amor por toda a sua vida, para então sucumbir à tormenta aos 90 anos de idade!!!

Acabei de ler agora mesmo... ainda estou zonza... Presente de Natal que ganhei da amiga Regina Célia, que disse que lembrou imediatamente de mim quando o viu na prateleira... Pois, o livro é um copo de vinho tinto... AMEI!!! E indico: leiam!!!

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