"O interesse dele é diretamente proporcional ao seu desprezo por ele."
Essa frase foi dita pelo professor Conrado, no filme Qualquer gato vira-lata. Desde que assisti não tirei isso da cabeça... É verdade... Os homens caem de loucura por mulheres que os desprezam...
A mim soa um tanto incoerente... Acho que por ter lutado tanto pra construir uma boa estrutura de auto-estima, não consigo compreender que se ame alguém que nos despreza... Mas a matemática é exatamente essa: quer o cara? Dispense ele!!!
É como se os homens, a grande maioria deles, tivesse essa tendência suicida à autocomiseração... Eles são destrutivos e masoquistas...
Há os que justifiquem tal tendência falando sobre o gostinho da conquista... Mas correr atrás de quem não te quer, na minha opinião, nada tem a ver com conquista... Conquista é manter ao teu lado, interessada e interessante uma pessoa inteligente e sensível... Conquista é manter aceso o fogo do relacionamento mesmo depois de meses e anos juntos... Conquista é manter a admiração da mulher que tá ao teu lado no dia-a-dia... Conquista é encontrar alguém que goste de você no mesmo tom que você gosta dela... Isso é conquista...
Correr atrás de alguém que te esnoba... se sentir cada vez mais atraído pelos nãos que a outra pessoa te lança... apaixonar-se pelo desprezo que uma mulher te dá... Isso pra mim é capricho... é incapacidade de aceitar um não como coisa natural... Isso é doentio!!! Até porque, o que tenho assistido pela vida afora é o fim do interesse dele assim que a mulher, vencida pelo cansaço, baixa a guarda e se entrega ao "conquistador"... Como eu disse: capricho!!!
Eu prefiro as relações sólidas que se forjam na amizade e admiração mútuas... que nascem sem muitos 'nãos', sem cálculo, sem jogo!!! Vou sempre escolher a espontaneidade do sentir-se bem ao lado do outro... A liberdade de poder expressar meus sentimentos e a leveza do entregar-se sem medo!!!
Até porque, esse interesse frívolo que nasce da falta de interesse do outro é, no fundo, a marca indelével de uma personalidade frágil e mal-estruturada... E um homem com tal característica dificilmente terá talento pra ser feliz ao lado de uma mulher de verdade!!!
Eu quero a troca sincera das boas emoções e dos bons sentimentos... Que no amor o jogo se restrinja ao campo sexual (aí sim, é sempre bemvindo um joguinho) e que no mais as cartas estejam sempre na mesa, expostas...
Ninguém é obrigado a gostar de mim... Mas, se tiver que gostar, que seja às claras e sem subterfúgios... Os homens frívolos que mnatenham distância!!!
Tenho dito....
Monday, October 3, 2011
Thursday, March 24, 2011
Meus heróis não usam drogas
O Brasil é um verdadeiro fenômeno no quesito celebridades instantâneas... E eu não estou nem falando de Big Brother não, viu? Até porque pra falar de Big Brother eu precisaria de um livro inteiro... um simples post, num humilde blog, seria espaço insuficiente.
Falo desses famosos lendários que aparecem vez por outra e viram heróis, embora nada tenham a acrescentar à vida de seu ninguém... Heróis como aqueles da música do cazuza, que morrem de overdose no final... Um desses casos está em evidência agora, com um filme sobre sua vida... Aquela prostituta que casou e virou ‘escritora’, a Bruna Surfistinha.
Na verdade, a garota de programa já é velha conhecida do público... Ela apareceu anos atrás quando seu blog bombou na internet (né foda, no meu blog eu só falo de coisa séria e nem visita tenho... o povo gosta mesmo é de putaria, né?) e acabou virando um livro chamado O veneno do escorpião... Onde a singela criatura contava suas peripécias com os clientes que atendia... O livro fez tanto sucesso que virou roteiro pra cinema... E o filme nem bem estreiou e já é sucesso de bilheteria...
Eu olho à minha volta estupefata e me pergunto o que se passa na cabeça das pessoas... É como se o fato dessa moça ter virado a esposa de alguém a tornasse um exemplo a ser seguido... Como se sua união com um homem de moral não muito ilibada – sim, porque ele usava os serviços de uma garota de programa – a tivesse tornado um modelo de mulher perfeita... Eu escuto as pessoas dizerem: pobrezinha, teve que se prostituir pra viver, coitada... Como assim, coitada?
A moça lá não é uma coitadinha não... muito menos uma heroína... Conheço muita gente que passou por dificuldades mil na vida e não se prostituiu... Gente que passou fome, adoeceu, chorou, sofreu, mas buscou uma saída digna para as adversidades... A tal surfistinha fez uma escolha... Respeito totalmente, é um direito dela escolher o caminho que quiser pra própria vida... Só não acho que ela seja especial por ter escolhido o caminho moralmente errado... E o fato de um cara, frequentador de prostíbulo, usuário desse tipo de serviço, ter se apaixonado por ela e passado por cima de todos os tabus pra assumi-la não a torna uma heroína... Nem faz dele um bom moço, né? Sem falar que a tal Bruna nem foi a primeira puta da história a arranjar um marido...
Me admira que pais e mães se entusiasmem com uma história dessas e estimulem seus filhos a acreditarem que essa moça é um bom exemplo pra nossa juventude. Meu filho nem se animou por assistir essa porcaria... Porque eu faço questão de bradar na minha casa que não perco meu tempo, nem gasto meu dinheiro com uma biografia sem valor como essa... Me aponte um grande feito da tal puta e eu tiro R$ 15,00 de minha carteira pra assistir um filme sobre a vida dela... Mas entrar numa sala de cinema pra saber como ela trepava com os clientes que tinha e como um desses clientes se apaixonou pela criatura, realmente, não me apraz... Prefiro assistir um bom pornô... Esse sim, diz ao que vem... Não transforma prostitutas em ícones da juventude... O pior é que as mesmas mães e os mesmos pais que ‘curtem’ a tal Bruna, proibiriam, com certeza, a amizade de suas filhas com uma garota de programa, na vida real... A hipocrisia é que me mata...
Dia desses eu marquei cinema com minhas amigas e a crise se instalou: elas queriam ir assitir ao tal filme da puta que casou... eu não! Uma delas falou que eu gosto de ser do contra... Não, não é isso... Sou do contra não... Só não consigo imaginar que tipo de mensagem um filme desses pode me passar... que tipo de diversão me trará...
Numa sociedade em que putas que casam viram exemplo de vida e celebridades nacionais sem terem feito nada bom de fato, não me admira que os heróis comecem, realmente a morrer de overdose... Mas heróis, cada um de nós escolhe os seus... e os meus, definitivamente, não usam drogas...
Não amigas, eu não vou assistir Bruna Surfistinha, ok?
Falo desses famosos lendários que aparecem vez por outra e viram heróis, embora nada tenham a acrescentar à vida de seu ninguém... Heróis como aqueles da música do cazuza, que morrem de overdose no final... Um desses casos está em evidência agora, com um filme sobre sua vida... Aquela prostituta que casou e virou ‘escritora’, a Bruna Surfistinha.
Na verdade, a garota de programa já é velha conhecida do público... Ela apareceu anos atrás quando seu blog bombou na internet (né foda, no meu blog eu só falo de coisa séria e nem visita tenho... o povo gosta mesmo é de putaria, né?) e acabou virando um livro chamado O veneno do escorpião... Onde a singela criatura contava suas peripécias com os clientes que atendia... O livro fez tanto sucesso que virou roteiro pra cinema... E o filme nem bem estreiou e já é sucesso de bilheteria...
Eu olho à minha volta estupefata e me pergunto o que se passa na cabeça das pessoas... É como se o fato dessa moça ter virado a esposa de alguém a tornasse um exemplo a ser seguido... Como se sua união com um homem de moral não muito ilibada – sim, porque ele usava os serviços de uma garota de programa – a tivesse tornado um modelo de mulher perfeita... Eu escuto as pessoas dizerem: pobrezinha, teve que se prostituir pra viver, coitada... Como assim, coitada?
A moça lá não é uma coitadinha não... muito menos uma heroína... Conheço muita gente que passou por dificuldades mil na vida e não se prostituiu... Gente que passou fome, adoeceu, chorou, sofreu, mas buscou uma saída digna para as adversidades... A tal surfistinha fez uma escolha... Respeito totalmente, é um direito dela escolher o caminho que quiser pra própria vida... Só não acho que ela seja especial por ter escolhido o caminho moralmente errado... E o fato de um cara, frequentador de prostíbulo, usuário desse tipo de serviço, ter se apaixonado por ela e passado por cima de todos os tabus pra assumi-la não a torna uma heroína... Nem faz dele um bom moço, né? Sem falar que a tal Bruna nem foi a primeira puta da história a arranjar um marido...
Me admira que pais e mães se entusiasmem com uma história dessas e estimulem seus filhos a acreditarem que essa moça é um bom exemplo pra nossa juventude. Meu filho nem se animou por assistir essa porcaria... Porque eu faço questão de bradar na minha casa que não perco meu tempo, nem gasto meu dinheiro com uma biografia sem valor como essa... Me aponte um grande feito da tal puta e eu tiro R$ 15,00 de minha carteira pra assistir um filme sobre a vida dela... Mas entrar numa sala de cinema pra saber como ela trepava com os clientes que tinha e como um desses clientes se apaixonou pela criatura, realmente, não me apraz... Prefiro assistir um bom pornô... Esse sim, diz ao que vem... Não transforma prostitutas em ícones da juventude... O pior é que as mesmas mães e os mesmos pais que ‘curtem’ a tal Bruna, proibiriam, com certeza, a amizade de suas filhas com uma garota de programa, na vida real... A hipocrisia é que me mata...
Dia desses eu marquei cinema com minhas amigas e a crise se instalou: elas queriam ir assitir ao tal filme da puta que casou... eu não! Uma delas falou que eu gosto de ser do contra... Não, não é isso... Sou do contra não... Só não consigo imaginar que tipo de mensagem um filme desses pode me passar... que tipo de diversão me trará...
Numa sociedade em que putas que casam viram exemplo de vida e celebridades nacionais sem terem feito nada bom de fato, não me admira que os heróis comecem, realmente a morrer de overdose... Mas heróis, cada um de nós escolhe os seus... e os meus, definitivamente, não usam drogas...
Não amigas, eu não vou assistir Bruna Surfistinha, ok?
Friday, February 4, 2011
De olfato e de Paladar
Dos cinco sentidos que aprendemos na escola, dois, são em mim os mais nostálgicos: o olfato e o paladar...
O olfato principalmente... Dezenas de vezes eu me peguei relembrando antigas histórias de minha vida só por causa de um cheiro qualquer que me chegou às narinas... Um certo perfume, que lembra o primeiro namorado... a maresia trazida por um vento diferente, que me faz lembrar as tardes na Praia de Ponta Negra... o cheiro de sargaço queimando ao sol que lembra ao mesmo tempo o veraneio em Itamaracá e os feriados, catando marisco, em Carne de Vaca... o cheiro azedo de mandioca/macaxeira que me remete à minha infância, na fazenda de tia Avani, lá em Lagoa de Itaenga onde a gente brincava na casa de farinha, quando terminava o trabalho das mulheres...
E foi justamente a infância que voltou à minha memória hoje por causa de um gosto... gosto de fruta... de fruta azeda que faz a gente fazer careta... Por causa de um umbu-cajá eu me vi denovo com 10 anos de idade, correndo pelo Clube de Campo Alvorada ou pela Chacará Cantinho da Gente, lá em Aldeia...
Era um tempo em que todos nós éramos primos e primas, independente do parentesco... Nunca tive tantos tios e tias quanto nessa época... Os fins de semana passávamos soltos pelo mato, enquanto os adultos perdiam o tempo deles tomando cerveja, jogando sinuca e engordando à beira de uma churrasqueira...
Nós não... Nós éramos livres... nos divertíamos na piscina, no campinho, no parque, correndo de bicicleta ou em cima das árvores comendo fruta ‘tirada do pé’... Nem fome sentíamos... Também... era um tal de caçar siriguela, jabuticaba, umbu, ingá, maracujá-açu, araçá... Quando chegava a hora do almoço ninguém queria comer, empanturrados que estávamos de tanta fruta...
Transformávamos a chácara em condomínio de luxo, cada um de nós morava numa árvore diferente, que fingíamos ser um superapartamento... uma bela cobertura... convidávamos uns aos outros para jantar ou almoçar e servíamos deliciosos pratos de frutas frescas... mangas, carambolas, jambos, goiabas, pitangas... Um verdadeiro banquete, colhido por nossas próprias mãos...
Eram as frutas de minha infância... Uma infância que não perdi diante dos vídeo-games e computadores, mas passei ralando meus braços e pernas nos troncos longos das mangueiras e dos pés de carambola... Não há fruta mais gostosa do que aquela que se come lá em cima do pé... Sem lavar, sem cortar... rasgando a casca com os dentes... melando a boca e as mãos, principalmente se a árvore é muito alta e você ainda nem tem idéia de como vai fazer pra descer de lá... Sim, porque por causa de uma incrível lei da física, subir numa árvore imeeeeeensa é sempre muito mais fácil do que descer dela...
E todos esses gostos se misturaram em mim, hoje, quando fui ao mercadinho... Nem acreditei quando vi umbu-cajá na prateleira... Claro que comprei... Claro que comi muito... Mas hoje, pela primeira vez, o umbu-cajá também tinha gosto de jabuticaba, siriguela, sapoti, ingá... e de bons tempos correndo solta pelo mato com tantos primos e primas que minha boa infância me deu...
O olfato principalmente... Dezenas de vezes eu me peguei relembrando antigas histórias de minha vida só por causa de um cheiro qualquer que me chegou às narinas... Um certo perfume, que lembra o primeiro namorado... a maresia trazida por um vento diferente, que me faz lembrar as tardes na Praia de Ponta Negra... o cheiro de sargaço queimando ao sol que lembra ao mesmo tempo o veraneio em Itamaracá e os feriados, catando marisco, em Carne de Vaca... o cheiro azedo de mandioca/macaxeira que me remete à minha infância, na fazenda de tia Avani, lá em Lagoa de Itaenga onde a gente brincava na casa de farinha, quando terminava o trabalho das mulheres...
E foi justamente a infância que voltou à minha memória hoje por causa de um gosto... gosto de fruta... de fruta azeda que faz a gente fazer careta... Por causa de um umbu-cajá eu me vi denovo com 10 anos de idade, correndo pelo Clube de Campo Alvorada ou pela Chacará Cantinho da Gente, lá em Aldeia...
Era um tempo em que todos nós éramos primos e primas, independente do parentesco... Nunca tive tantos tios e tias quanto nessa época... Os fins de semana passávamos soltos pelo mato, enquanto os adultos perdiam o tempo deles tomando cerveja, jogando sinuca e engordando à beira de uma churrasqueira...
Nós não... Nós éramos livres... nos divertíamos na piscina, no campinho, no parque, correndo de bicicleta ou em cima das árvores comendo fruta ‘tirada do pé’... Nem fome sentíamos... Também... era um tal de caçar siriguela, jabuticaba, umbu, ingá, maracujá-açu, araçá... Quando chegava a hora do almoço ninguém queria comer, empanturrados que estávamos de tanta fruta...
Transformávamos a chácara em condomínio de luxo, cada um de nós morava numa árvore diferente, que fingíamos ser um superapartamento... uma bela cobertura... convidávamos uns aos outros para jantar ou almoçar e servíamos deliciosos pratos de frutas frescas... mangas, carambolas, jambos, goiabas, pitangas... Um verdadeiro banquete, colhido por nossas próprias mãos...
Eram as frutas de minha infância... Uma infância que não perdi diante dos vídeo-games e computadores, mas passei ralando meus braços e pernas nos troncos longos das mangueiras e dos pés de carambola... Não há fruta mais gostosa do que aquela que se come lá em cima do pé... Sem lavar, sem cortar... rasgando a casca com os dentes... melando a boca e as mãos, principalmente se a árvore é muito alta e você ainda nem tem idéia de como vai fazer pra descer de lá... Sim, porque por causa de uma incrível lei da física, subir numa árvore imeeeeeensa é sempre muito mais fácil do que descer dela...
E todos esses gostos se misturaram em mim, hoje, quando fui ao mercadinho... Nem acreditei quando vi umbu-cajá na prateleira... Claro que comprei... Claro que comi muito... Mas hoje, pela primeira vez, o umbu-cajá também tinha gosto de jabuticaba, siriguela, sapoti, ingá... e de bons tempos correndo solta pelo mato com tantos primos e primas que minha boa infância me deu...
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