Thursday, June 19, 2008

Ser ou não ser humano...

Uma amiga tava reclamando da violência urbana e comentando que tudo era mais tranquilo antigamente... As pessoas eram mais HUMANAS...

Mas, penso eu - sim, às vezes, eu penso - que a crueldade, a maldade, a insensatez não são sentimentos negadores da condição de ser humano. Ao contrário, são inerentes à ela?

Quer prova disso? Vamos olhar pra trás e voltar na história até os tempos mais remotos.

A violência imperava entre os pré-históricos.Na falta da palavra dita, uma porrada resolvia qualquer impasse. Matar era tão comum quanto comer...

Mais adiante, nos Impérios que se formaram ao fim da pré-história, a coisa mudou só um pouco. Massacres, guerras, infanticídio, escravidão... Tudo muito natural para mesopotâmicos, persas, hebreus, egípcios, gregos, romanos, macedônicos e bárbaros em geral...

Na Idade Média,então, a coisa ficou feia... As pessoas se divertiam assistindo ao assassinato de outras em plena praça pública. Nem importava se os infelizes seriam enforcados, degolados, estripados ou queimados em uma fogueira...

A modernidade não foi menos cruenta... Guerras, invasões, chacinas colonizatórias, mais escravidão... E eu pergunto: o que mudou hoje em dia? NADA!!!

Ou quase nada... A civilidade, as culpas impostas pela religiosidade são reguladores muito competentes... mas, apenas nos fazem querer controlar nossos instintos naturais...

E aí, a gente tem que se render ao óbvio: a bondade, a delicadeza, a solidariedade, o fino trato são atributos de civilização e não características intrinsecamente humanas!! E quando os Aparelhos de Controle civilizatórios não funcionam muito bem, o ser HUMANO acaba por mostrar sua verdadeira face... E ela não é nada bela!!!

Wednesday, June 18, 2008

De amor e de outras mazelas...

Morrer de amor era o sonho que eu tinha no início de minha juventude. Eu vivia repetindo: quero morrer de tuberculose, sofrendo por um amor impossível e ouvindo um samba do Noel - o Rosa!

Daí que os anos passaram... Amores vieram, amores se foram e eu sobrevivi... Apesar de todos os sambas do noel que baixei no meu MP3, a tuberculose nunca me pegou - thanks God!!! E, então, eu descobri que morrer de amor não tá com nada... Byron que me perdoe, mas amor bom é aquele que é possível!!!

E quando os devaneios ultraromânticos são superados, inevitavelmente, a imagem que se tem do amor muda!!

Eu que sonhava com paixões arrebatadoras que redundariam em amores insuperáveis, sentimentos superlativos que me manteriam num redemoinho de sensações que jamais cessariam de me revolver a alma, hoje acredito tanto na possibilidade de algo assim, quanto na existência de fadas e gnomos!

É quando, então, eu me dou conta do tempo perdido com platonismos e elucubrações amorosas que me levaram, por anos, do nada ao lugar nenhum. E aí percebo que tudo o que almejo é encontrar alguém que me desperte admiração, amizade e respeito! E que, além disso, goste de sexo tanto quanto eu!

Pois é, poetas já não morrem de amor e tuberculose, nem ninguém mais faz samba como o Noel... E eu... bem, acabei aprendendo a simplificar as coisas!!!

Tuesday, June 17, 2008

Eu tenho a terrível mania de achar que os outros podem ler meus pensamentos. Os maiores malentendidos que já experienciei em minha vida terminaram na "célebre" constatação: 'Não foi bem isso que eu quis dizer'... E, na maioria dos casos, não era bem isso mesmo...

O grande problema é que nós não falamos exatamente, claramente o que pensamos... É como se acreditássemos que os outros são telepatas competentíssimos que percebem nossas ondas cerebrais sem maiores dificuldades... Daí, pessoas como eu (leia-se pessoas completamente sem noção) usam a palavra com um descompromisso tão grande que acabam se metendo em enrascadas por terem, simplesmente, dito. As palavras ditas claramente, com responsabilidade e fidelidade ao que se pensa provocam menos danos... Difícil é ter tal cuidado no calor do debate...

Eu tenho tentado, juro, nos útlimos tempos, ser mais fiel aos meus pensamentos na hora de falar... O problema é que eu penso muito... e muito rápido... A fala nem sempre acompanha essa velocidade... As idéias acabam saindo pela metade... e o outro (ou os outros) ficam sem entender muito bem - custava nada eles se esforçarem um pouco pra ler meus pensamentos? - e até se assustam com certas assertivas que escorregam por minha língua!!!

E pra complicar ainda mais minha situação eu sou imensuravelmente prolixa... Palavras existem para serem jogadas ao vento... E eu as lanço!!! Terrível é olhar-se no espelho e ter que admitir: menina você fala DEMAIS!!!

Um outro exercício que tenho praticado em minha vida: calar a boca... Ando, até mesmo, pedindo aos amigos: "se eu começar a atropelar, me manda fechar a matraca..." Alguns fazem isso na boa, viu? E com uma constância que me assusta...

Pior ainda, é ter que admitir que, muitas vezes, eu tenho mesmo é preguiça de elaborar o pensamento, daí largo a primeira besteira que se parecer com o que eu "queria dizer"...

Minha sorte são meus olhos cor mel... Não fosse por eles, creio que não me sobrariam amigos nessa vida!!!