Tuesday, May 23, 2006

Quem não chora não mama...

Por muitos anos de minha vida foi difícil pra mim falar do que sentia... Era um medo incontrolável de que meu sentimento desagradasse ao outro... Aquele velho problema do pânico de ficar sozinha, saca? Se eu falo e ele(a) não gosta, ele(a) vai embora... Isso se dava com parentes, namorados, amigas, amigos e até com vizinhos chatos...

Aturei muita coisa e engoli muito sapo por anos a fio... O pior não é nada... O pior é que eu acabava me afastando das pessoas porque, de repente, os sapos engolidos começavam a pesar no meu estômago e eu tomava abuso da criatura que me fez engoli-los... Ficava sozinha do mesmo jeito... Foi assim com parentes, namorados, amigas, amigos e até com vizinhos chatos...

De uns meses pra cá eu passei a reavaliar meus passos... Cansei de reclamar da vida e decidi mudar alguns "móveis" de lugar... O primeiro passo foi jogar fora o que não presta... Assim, terminei com um namorado babaca que só me sacaneou... descartei meia dúzia de amizades que só lembravam de mim na necessidade e fechei o tempo com os vizinhos chatos...

O segundo passo tem sido vomitar os sapos antigos e não engolir mais nenhum... Meus pais, coitados, foram os primeiros... Depois deles os amigos que eu decidi manter por perto!!!

Pois bem... Tenho sentido meu coração mais leve e, pasmem, as pessoas tornaram-se mais presentes em minha vida... mais amorosas... mais amigas... Inclusive meus pais que tiveram de escutar poucas e boas guardadas há 30 anos...

Foi quando eu me dei conta: as pessoas não queriam me magoar... Apenas não sabiam como me fazer feliz, já que eu nunca reclamava de nada... Era como se qualquer coisa estivesse bom pra mim... e não estava...

Aí eu entendi aquele velho ditado popular: "quem não chora não mama"...

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