Thursday, March 24, 2011

Meus heróis não usam drogas

O Brasil é um verdadeiro fenômeno no quesito celebridades instantâneas... E eu não estou nem falando de Big Brother não, viu? Até porque pra falar de Big Brother eu precisaria de um livro inteiro... um simples post, num humilde blog, seria espaço insuficiente.

Falo desses famosos lendários que aparecem vez por outra e viram heróis, embora nada tenham a acrescentar à vida de seu ninguém... Heróis como aqueles da música do cazuza, que morrem de overdose no final... Um desses casos está em evidência agora, com um filme sobre sua vida... Aquela prostituta que casou e virou ‘escritora’, a Bruna Surfistinha.

Na verdade, a garota de programa já é velha conhecida do público... Ela apareceu anos atrás quando seu blog bombou na internet (né foda, no meu blog eu só falo de coisa séria e nem visita tenho... o povo gosta mesmo é de putaria, né?) e acabou virando um livro chamado O veneno do escorpião... Onde a singela criatura contava suas peripécias com os clientes que atendia... O livro fez tanto sucesso que virou roteiro pra cinema... E o filme nem bem estreiou e já é sucesso de bilheteria...

Eu olho à minha volta estupefata e me pergunto o que se passa na cabeça das pessoas... É como se o fato dessa moça ter virado a esposa de alguém a tornasse um exemplo a ser seguido... Como se sua união com um homem de moral não muito ilibada – sim, porque ele usava os serviços de uma garota de programa – a tivesse tornado um modelo de mulher perfeita... Eu escuto as pessoas dizerem: pobrezinha, teve que se prostituir pra viver, coitada... Como assim, coitada?

A moça lá não é uma coitadinha não... muito menos uma heroína... Conheço muita gente que passou por dificuldades mil na vida e não se prostituiu... Gente que passou fome, adoeceu, chorou, sofreu, mas buscou uma saída digna para as adversidades... A tal surfistinha fez uma escolha... Respeito totalmente, é um direito dela escolher o caminho que quiser pra própria vida... Só não acho que ela seja especial por ter escolhido o caminho moralmente errado... E o fato de um cara, frequentador de prostíbulo, usuário desse tipo de serviço, ter se apaixonado por ela e passado por cima de todos os tabus pra assumi-la não a torna uma heroína... Nem faz dele um bom moço, né? Sem falar que a tal Bruna nem foi a primeira puta da história a arranjar um marido...

Me admira que pais e mães se entusiasmem com uma história dessas e estimulem seus filhos a acreditarem que essa moça é um bom exemplo pra nossa juventude. Meu filho nem se animou por assistir essa porcaria... Porque eu faço questão de bradar na minha casa que não perco meu tempo, nem gasto meu dinheiro com uma biografia sem valor como essa... Me aponte um grande feito da tal puta e eu tiro R$ 15,00 de minha carteira pra assistir um filme sobre a vida dela... Mas entrar numa sala de cinema pra saber como ela trepava com os clientes que tinha e como um desses clientes se apaixonou pela criatura, realmente, não me apraz... Prefiro assistir um bom pornô... Esse sim, diz ao que vem... Não transforma prostitutas em ícones da juventude... O pior é que as mesmas mães e os mesmos pais que ‘curtem’ a tal Bruna, proibiriam, com certeza, a amizade de suas filhas com uma garota de programa, na vida real... A hipocrisia é que me mata...

Dia desses eu marquei cinema com minhas amigas e a crise se instalou: elas queriam ir assitir ao tal filme da puta que casou... eu não! Uma delas falou que eu gosto de ser do contra... Não, não é isso... Sou do contra não... Só não consigo imaginar que tipo de mensagem um filme desses pode me passar... que tipo de diversão me trará...

Numa sociedade em que putas que casam viram exemplo de vida e celebridades nacionais sem terem feito nada bom de fato, não me admira que os heróis comecem, realmente a morrer de overdose... Mas heróis, cada um de nós escolhe os seus... e os meus, definitivamente, não usam drogas...

Não amigas, eu não vou assistir Bruna Surfistinha, ok?